Há muito tempo, viajando pelo interior, seguia um velho que vinha montado em seu jumentinho, conduzido por seu netinho, que puxava o animal pelo cabresto. Aquela jornada estava longe de ser um lazer. Eles tinham como finalidade ir a uma feira na cidade grande, onde tentariam vender o animal de estimação e conseguir dinheiro para o sustento do velho e seu único neto, órfão de pai e de mãe.
E assim seguiram caminho afora. Ao passarem por um vilarejo habitado por muitas pessoas, logo começaram a ouvir críticas:
“Que absurdo!”, falava aquela gente, com os ânimos bastante exaltados ao ver a criança a pé e o velho montado no jumento. “O juizado da infância e da juventude tem de saber disso e tomar as devidas providências! Como pode uma coisa dessas? Que desnaturado!”, comentavam.Sentindo-se desconfortável diante daquela situação tão constrangedora, o velhinho de pronto trocou de posição com o menino, que agora seguia montado no jumento, com o avô puxando o animal. “Bom, agora certamente ninguém ficará chocado, nem falará nada!”, pensou ele.
E assim tocaram em frente sua jornada. Mas, ao entrarem num outro vilarejo, novamente ouviram críticas:
“Que absurdo! Coitado do velhinho! Ele é quem tinha de estar montado sobre o jumento, não o menino! Isso não é possível! Que mundo é esse no qual ninguém respeita o estatuto do idoso? Aonde nós vamos parar?”, diziam.
E novamente o velhinho, quase sem saber mais o que fazer, trocou os lugares. Sentou-se sobre o jumentinho junto com o menino e, assim, continuaram sua jornada.Na cidade seguinte, os comentários foram muito mais fortes:
“Olhem que absurdo! Coitadinho do pobre jumento, carregando esses dois marmanjos! A sociedade protetora dos animais devia tomar algumaprovidência!”, era o que se ouvia Moral da história: nunca será possível agradar a todos. Quem insistir, certamente será um frustrado na vida.
Deus tem dado a fé para que cada um ande de acordo com ela. Não de acordo com a opinião alheia!
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